segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Atividade Paranormal 2 – Paranormal Activity 2 (2010)

Continuações são um dilema.

Geralmente a concepção de novas continuações vêm de pressões dos estúdios cinematográficos. Como resultado nos deparamos com roteiros sem originalidade. Mas como perder a chance de trazer mais elementos a uma história de terror tão assustadora?

Atividade Paranormal 2 traz uma proposta interessante. Tudo se passa antes dos acontecimentos relatados no primeiro filme e ter conhecimento do mesmo é essencial para que seu desfecho não fique sem graça.

Críticas feitas ao primeiro episódio parecem provocar mudanças na estética da filmagem. O excesso de takes em primeira pessoa (no primeiro filme representadas por Micah) dão lugar a câmeras de um sistema de vigilância colocadas em pontos separados da casa após episódio em que a família vê sua casa arrombada.

A família é composta por um casal, Daniel e Kristi, uma adoslescente (filha apenas de Daniel), um cachorro e uma criança (filha do casal) que está aprendendo a andar.

Ali (Molly Ephraim), filha de Daniel, faz a função que foi de Micah no primeiro filme. Investiga pela internet e com sua câmera sai filmando todos os estranhos acontecimentos. Isso soa falso. Ali é muito diferente de Micah. É assustada e tem medo do que acontece. Micah não. É obcecado por filmar (briga constantemente com a namorada por essa mania) e essa obsessão faz com que empunhe a câmera diante de cada susto. Essa característica em Ali só se justifica pela necessidade do diretor em mostrar alguns takes em primeira pessoa.

O filme segue o mesmo molde do primeiro. Acontecimentos estranhos compartilhados com o espectador pelas cameras que não param de filmar. Uma família indefesa diante de manifestações do mal. E uma sensação de que algo verossímil está sendo contado.

A criança e o cahorro dão charme ao filme. O primeiro inocente e indefeso e o segundo sempre alerta ao que acontece. Há também Martine. Uma empregada latina católica que é a primeira a perceber o pesado ar da casa. Esses três elementos, amáveis, contrastam com o mal que aterroriza.

Não há mais como comparar o filme com A Bruxa de Blair. Sabemos, agora, do que se trata (trata-se do demônio!) e as câmeras estão paradas à espera de manifestações demoníacas. Mas Atividade Paranormal 2 não se livra das comparações. Tem seu antecessor como sombra da qual nunca vai se livrar. Mesmo assim é um filme de terror de qualidade que marca e assusta.

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