
O titulo em português remete a uma comédia. Mas a verdade está em seu título original. Ben Kalmen(Micheal Douglas) é um homem solitário. Por escolha própria? Talvez. Ben não quer aparentar nem se portar com a idade que tem. Sessenta anos e avô.
Michael Douglas é viciado em sexo. Chegou a ser internado para tratar sua compulsão. Nem sua cobiçada esposa, Catherina Zeta-Jones, foi capaz de curá-lo. Sempre pensei que a culpa foi do filme Instinto Selvagem. Um thriller sexualmente perturbador. O que acontece é que o ator continua não resistindo ao famoso rabo de saia. Assim é o seu personagem em O Solteirão. Um desajustado para sociedade mas não para suas convicções.
Em um momento do filme Ben vê em um calouro universitário a chance de fazer algo bom. Sempre vislumbrei a possibilidade de voltar no tempo e ser a pessoa mais nova com a cabeça de hoje. Pensando assim, Ben tenta orientar o rapaz. Fala de forma apaixonada que existe um mundo de oportunidades lá fora, convicto que só se arrepende das coisas que não fez. Chega a ir a festas, marcar encontro com garotas. Sente-se um sedutor, a ponto de levar a filha de sua namorada para cama. O que o solteirão não percebe é que ele já não dá as cartas do jogo e ironicamente torna-se vítima de seus relacionamentos.
Michael Douglas está com câncer de garganta. Até nisso há certa semelhança com o personagem. No começo da película, descobre que tem problemas de coração. Não quer saber o que o médico tem a dizer. Não quer dar esse poder a ele. A notícia, porém, não é motivo de mudança de atitude. Ben Kalmen nem cai na esbórnia nem se regenera. Ponto para o filme que poderia partir dessa premissa para motivar as atitudes do protagonista.
A beleza do filme está em não julgar seu protagonista. Ben sabe admitir seus erros e fraquezas. Sua vida desmorona aos poucos. O apoio vem de poucas pessoas. Sua ex-esposa e amigo, representados por Susan Sarandon e Danny DeVito, suportam a sua queda. É um relato seco e não afetado de uma pessoa velha e solteira.
“Até o amor me achar ... serei o que sou, um homem solitário”. Assim canta Johnny Cash na abertura do filme, na bela música de Neil Diamond.
Um comentário:
Um bom filme, retrata a solidão de um homem que se rendeu aos desejos mais profundos e tem como resultado a separação de sua família em busca de aventuras prazeres mais fáceis. Há de se expor também que ele deseja a vida de luxo e prazeres a qualquer custo, nao se importando com as consequências. Sendo assim, um inconsequente "nato" ele nao se preocupa em perder todo seu dinheiro e de sua família Cometendo fraudes, sendo condenado a pagar fiança. O filme e interessante principalmete por seu final inusitado, o diretor deixa o publico tirar suas próprias conclusões sobre o destino do personagem.
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