Alexandre Aja é um diretor francês que pertence a um grupo chamado Splat Pack. Fazem parte dele, entre outros, Rob Zombie, Eli Roth e Neil Marsalhll. Diretores que retomaram a violência para os filmes de terror exigindo maior censura. Dirigem filmes carregados, tensos. Aja refilmou Viagem Maldita e fez uma obra prima do terror contemporâneo. Escolheu, esse ano, refilmar Piranha.
Ele decidiu filmar em 3D. Escolhi o 2D. Não há cópias legendadas em três dimensões e ainda sou um pouco reticente nesse tipo de efeito para filmes em película. Talvez eu seja ridicularizado no futuro assim como aqueles que eram contra o cinema colorido. Chatices à parte, vamos às piranhas!
O filme se passa no Spring Break americano. Espécie de recesso de universidades semelhante à “semana do saco cheio” no Brasil. Ou em quase todo o Brasil, porque nunca vi isso na minha universidade. A imagem que tenho desse período é a mais lasciva possível. Imagino bebedeiras sem fim com mulheres se despindo o tempo todo, quase como forma de cumprimento. O filme reforça meu imaginário.
Há uma explicação geológica e oceanográfica para o aparecimento das piranhas. Diferente do original que soa como um alerta pseudo-engajado de questões políticas. O filme se difere muito quanto ao roteiro mas não nega suas origens. A tensão produzida quando alguém se aproxima da água aparece, a mancha circular de sangue ao redor da vítima também. Com a tecnologia, Aja consegue agora mostrar vários tipos de mutilações. Improváveis, criativas e engraçadas. O absurdo é a principal atração do filme.
Richard Dreyfuss faz uma ponta em homenagem ao filme pai de todas as criaturas malvadas das águas: Tubarão!
O visual do filme também conta muito. Aja escalou uma seleção de deusas para perderem os biquínis com facilidade. Kelly Brook aparece para tirar o fôlego daquele espectador que ainda acreditava que diálogos e roteiro têm importância no filme. Duas pornstars verdadeiras aparecem nesse terror. Gianna Michaels e Riley Steele. Dessa vez encontraram uma maneira diferente de serem comidas em um filme. Há uma cena em que Kelly Brook e Riley Steele nadam nuas ao som da ópera Lakmé de Léo Delibes, mais conhecida como dueto das flores. E que dueto! Ouça.
Fica a impressão de que Alexandre Aja deu um tempo na seriedade de seus filmes. Terrores densos são desgastantes. Ele está de férias, em seu Spring Break cinematográfico.
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