quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Coração Louco - Crazy Heart (2009)


Música e relacionamento. As duas coisas de que mais gosto na vida. A base da minha força motriz. Razões que impulsionam o Coração Louco de Jeff Bridges.

Trata-se de um ex-ídolo da música country. Bad Blake. Um popstar que não faz mais fama. Sua vida desmedida não tem mais glamour, muito menos suas excentricidades. Seu cartão postal é uma calça aberta e um cinto desafivelado. É uma pessoa extremamente só, carregado de mágoas. Bebida e cigarro não são apenas estilo de vida e sim refúgio. Do fundo do poço vê uma luz, são os olhos azuis de Jean (Maggie Gyllenhaal). Uma repórter escritora mãe solteira de Santa Fé. Receita de um dramalhão de quinta categoria. Não é o que acontece.

Blake descobre o amor. Ele está nos detalhes. Está na mudança de expressão do olhar de cada um quando se falam ao telefone. Aparece quando mostram que não conseguem ficar sem se falar ou quando o turrão Blake dispara ternura ao brincar com o filho de Jean.

A harmonia dos dois é intensa. Isso é evidenciado na cama. Não pelo sexo em si mas pela maneira de como sentam um ao lado do outro e conversam. Mas Blake é a cilada anunciada. Assim como seu maço de cigarros adverte para as conseqüências, seu passado e presente o condenam. Jean sabe disso e sabe que Blake vale o ingresso mesmo com a voz da consciência tentando ultrapassar o volume dos acordes desse ícone do country. “Isso não vai dar certo” diz a razão mas Jean não resiste aos versos de uma nova canção composta em sua própria cama. Por Jean, Blake deixou de ser Bad e quis ser Otis. Jeff Bridges e Maggie Gyllenhaal estão fantásticos, fazem o filme ser marcante.

Destaque para a ponta de Robert Duvall (um dos meus favoritos atores) como amigo de Bad Blake. Verdadeira amizade, sobrevivente apesar das diferenças.

Filme com evolução e desfecho sinceros diante das possibilidades do amor. Sentimentos, escolhas e consequências. Temas de amor, de músicas, do coração...louco.

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