
Meu histórico musical possui vários elementos para me fazer odiar uma cantora como Lana Del Rey. Tudo mudou quando escutei Born to Die pela primeira vez. Uma pessoa preparada para o mercado fonográfico com um sucesso já garantido antes de o público escutar suas músicas. O meu interesse foi despertado ao ler uma crítca feita na Folha de São Paulo por alguém que estava furioso com a situação. Mas algo me chamou a atenção. A maior preocupação do crítico era o botox dos lábios da cantora. Crítico de uma nova realidade musical. A imagem faz hoje parte do critério avaliativo das pessoas. Algo estranho. Demorei anos para descobrir como eram os integrante do Pink Floyd pois os vinis não continham fotos do quarteto. Uma banda como o Rush seria incocebível nos dias atuais pela feiúra de seu líder Geddy Lee. Fica o questionamento. Qual a importância do Botox da Lana Del Rey? Pra mim, nenhum.
A procura insana por deslizes técnicos também me irritou. “Ela desafinou no minuto tal”! Penso que existem vários nuances no sentido da música ao vivo. Existem artistas que têm performances idênticas às gravações de estúdio (como a cantora Sade), melhores ao vivo que em estúdio (como o Rush), os que aceleram suas múscas (como o Iron Maiden) e as famigerados que não consegem repetir o que gravam em disco. Não acho demérito isso. Guns N` Roses é uma das minhas bandas favoritas. Alx Rose é sofrível ao vivo e já fui em dois de seus shows e curti muito os dois. Li que a apresentação da cantora no Saturday Night Live foi considerada a “pior de todos os tempos” e responsável por adiar a turnê da cantora.
O charme musical da cantora é a amargura. E no palco é classe em pessoa. A decepção foi despejada em letras e músicas e a própria cantora admite que hoje não se sente mais assim e difícil será compor um novo disco. Muito diferente de quase todas as cantoras que vendem muito. Ela não é performática.
A cantora flerta com o R&B e o hip-hop (dois gêneros que não me interessam muito). Algumas músicas chatas e com letras pobres. Mas Born to Die, Video Games e Blue Jeans são músicas que escuto repetidamente. Principalmente a música que dá nome ao album.
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