A franquia volta mais ao passado para mostrar a infância das irmãs Kristi e Katie. O recurso para relatar a história é novamente o uso de câmeras caseiras dos personagens na busca de fenômenos sobrenaturais.
O desenrolar da história é semelhate aos filme antecessores. Tudo muito calmo no começo até o início das manifestações. O filme peca em brincar de assustar. São personagens pregando peças entre si fazendo com que o susto demoníaco tenha o mesmo peso que um susto inocente de uma brincadeira. Ambos disparam o coração.
O filme usa muitos assuntos já desgastados pelo terror. Amigo imaginário é um exemplo. Toby é com quem Kristi conversa. Por uma letra não temos o assustador Tony de O Iluminado. Não há como não pensar no filme de Stanley Kubrick. Assim como não deixo de pensar em A Bruxa de Blair quando vejo as crianças em uma barraca e percebo que o diretor adora balançar uma câmera.
Há, porém, novidades na estética. Uma câmera acoplada a um ventilador para obter um maior campo visual. O passeio da câmera gera ansiedade e através dele truques são usados para as cenas serem mais convincentes. Outra cena bem interessante é a que se brinca de frente ao espelho evocando o termo Blood Mary no escuro.
A estética oitentista do filme é um prato cheio para quem viveu essa época. As fitas VHS que só gravam 6 horas (isso se no modo EP) e as enormes câmeras de mão mostram o que era moderno na época. O figurino, desde a lingerie de Julie até a roupa rosa choque da babá, é convite a uma retrospectiva mental dos filmes clássicos dos anos 80.
Susto. Sobressalto causado por evento não esperado; surpresa vigorosa e momentânea. Está no dicionário. Na minha cabeça, susto está muito longe do termo terror. O disparo do meu coração em um filme não significa que o medo foi instalado.
Filme com potencial excelente para aterrorizar e que cede à tentação de querer ver seu espectador pular da cadeira. Atividade Paranormal 3 mais parece um trem fantasma. Isso para mim não é terror.
Detalhe: cena do trailer não aparece no filme.