terça-feira, 7 de dezembro de 2010

The Walking Dead – S01E05 – Wildfire (2010)

Parece que o massacre do episódio passado faz a série pisar no freio. Os sobreviventes do acampamento não estão bem. Abalados, começam a se desentender. Há uma possibilidade de se deslocarem ao CDC (Centro de Controle de Doenças). Grande é a insegurança.

Amy está prestes a se transformar em zumbi e continua nos braços da irmã. Os mortos e feridos são os futuros andarilhos. O grupo é cada vez menor. Cada personagem morrendo por vez assim como acontece nos filmes da franquia Alien. A zumbificação de Amy é dramática assim como a decisão de sua irmã em interrompê-la.

Jim foi mordido por um zumbi. Todos sabem seu destino. O nosso potencial vidente decide abandonar o grupo para ser deixado de lado.

Mais um episódio quase sem zumbis. Beira ao sem graça. A cena final, porém, é muito boa. O grupo decide partir e chega ao CDC. Não consegue entrar. Já é noite, não há como voltar. Uma porta é aberta. Esperança? Sim, mas fica aqui o respeito ao nosso querido apresentador Sílvio Santos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Solteirão – Solitary Man (2009)


O titulo em português remete a uma comédia. Mas a verdade está em seu título original. Ben Kalmen(Micheal Douglas) é um homem solitário. Por escolha própria? Talvez. Ben não quer aparentar nem se portar com a idade que tem. Sessenta anos e avô.

Michael Douglas é viciado em sexo. Chegou a ser internado para tratar sua compulsão. Nem sua cobiçada esposa, Catherina Zeta-Jones, foi capaz de curá-lo. Sempre pensei que a culpa foi do filme Instinto Selvagem. Um thriller sexualmente perturbador. O que acontece é que o ator continua não resistindo ao famoso rabo de saia. Assim é o seu personagem em O Solteirão. Um desajustado para sociedade mas não para suas convicções.

Em um momento do filme Ben vê em um calouro universitário a chance de fazer algo bom. Sempre vislumbrei a possibilidade de voltar no tempo e ser a pessoa mais nova com a cabeça de hoje. Pensando assim, Ben tenta orientar o rapaz. Fala de forma apaixonada que existe um mundo de oportunidades lá fora, convicto que só se arrepende das coisas que não fez. Chega a ir a festas, marcar encontro com garotas. Sente-se um sedutor, a ponto de levar a filha de sua namorada para cama. O que o solteirão não percebe é que ele já não dá as cartas do jogo e ironicamente torna-se vítima de seus relacionamentos.

Michael Douglas está com câncer de garganta. Até nisso há certa semelhança com o personagem. No começo da película, descobre que tem problemas de coração. Não quer saber o que o médico tem a dizer. Não quer dar esse poder a ele. A notícia, porém, não é motivo de mudança de atitude. Ben Kalmen nem cai na esbórnia nem se regenera. Ponto para o filme que poderia partir dessa premissa para motivar as atitudes do protagonista.

A beleza do filme está em não julgar seu protagonista. Ben sabe admitir seus erros e fraquezas. Sua vida desmorona aos poucos. O apoio vem de poucas pessoas. Sua ex-esposa e amigo, representados por Susan Sarandon e Danny DeVito, suportam a sua queda. É um relato seco e não afetado de uma pessoa velha e solteira.

“Até o amor me achar ... serei o que sou, um homem solitário”. Assim canta Johnny Cash na abertura do filme, na bela música de Neil Diamond.

domingo, 28 de novembro de 2010

A Tara Maldita - The Bad Seed (1956)


Não! Não é uma pornochanchada. A tara maldita narra a trajetória de uma criança.

O final do filme traz uma mensagem de seus produtores. É uma alerta para que não se divulgue o clímax e o inusitado da história. Tentarei respeitá-los.

Rhoda (Patty McCormack)é uma criança perfeita. Pelo menos para os padrões da época. Muito educada e excelente aluna, apresenta algo intrigante: uma maturidade perturbadora. Sua sensatez foge dos padrões de criança.

Diante da frieza com que Rhoda encara diversas situações (inclusive a morte por afogamento de um colega de escola), as conjecturas levam a crer que Rhoda poderia ser uma assassina. Aquela criança tão adorável (eu mesmo a achei muito chata)?

O filme então trabalha a fragilidade da mãe Christine (Nancy Kelly) diante da situação. Pressionada, seu mundo parece desmoronar. Enfrenta dilemas que envolvem a formação de um psicopata (influências do ambiente X herança genética).

A direção do filme é sutil. É composto de cenas marcantes. Em uma delas, o empregado da casa, Leroy (Henry Jones), grita por socorro para ser salvo de um incêndio que acontece no porão. Christine assiste o mesmo sendo retirado do porão e morrer diante do seu jardim. A cena não mostra Leroy. Apenas o rosto de Christine sofrendo com a situação e perturbada pelo piano que é tocado sem parar por sua filha Rhoda em uma cena assustadora.

Há também no filme uma senhora à frente de seu tempo. Monica Breedlove (Evelyn Varden) é uma divorciada que não se inibe diante de conversas masculinas. Psiquiatria é muito conversada no filme e Monica se mostra conhecedora.

Hortense Daigle (Eileen Hackert) é a mãe do garoto morto no acampamento. Não aceita a situação. Embriagada, começa a visitar a casa de Christine em busca de respostas. Sabe que é inconveniente. Sua irremediável situação deixa Christine sem reação.

A casa de Christine é palco de quase toda ação do filme. O termo palco é levado tão à risca que o encerramento do filme se dá com cada ator se despedindo do espectador assim como em um final de peça de teatro.

Filme arrojado para o seu tempo.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

The Walking Dead – S01E04 – Vatos (2010)

Grupo volta ao centro de Atlanta. Merle não está mais algemado. A algema está lá, sua mão também e o rastro de sangue da sua fuga. Voltando aos lugares antes visitados pelo grupo, a sensação é que estamos dentro de um videogame. Os locais antes tumultuados agora vazios.

O embate com outro grupo de sobreviventes mostra uma situação caótica. Velhos e doentes sem assistência e esperança de melhora. São protegidos por um grupo de gângster: vatos. Vato é semelhante ao vocativo “mano”. Sei porque é assim que Snoop Dog chama seus colegas na música em que a palavra aparece como título.

O acampamento aguarda seus heróis. Calmaria. Apenas uma situação incomoda. Jim não para de cavar covas. Não sabe a razão. Prenúncio de uma tragédia.

Quando penso que o episódio fecharia com o sentimento de consternação, o massacre ao acampamento é fulminante. Muitos personagens não são poupados. Destaque para a morte de Amy que é amparada pela irmã em uma cena dramática e tensa. Penso a todo momento que se tornaria um zumbi aos seus braços.

Não temo os zumbis. Medo é de que a série insira elementos paranormais no enredo. A atitude de Jim é que preocupou.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

The Walking Dead – S01E03 – Tell it to the Frogs (2010)


O grupo de sobreviventes chega ao acampamento de refugiados. Rick Grimes encontra sua esposa e filho e nada parece estar bem.

Lori Grimes, esposa de Rick, nunca acreditou que seu marido pudesse estar vivo. Sob tensão, a instabilidade do seu relacionamento (para ela já terminado) culminou em um caso, com o melhor amigo de Rick. Shane. Um mundo quase por acabar parecia algo sem conseqüências. Não para Shane, que agora carrega um peso quase insustentável.

Para Lori, a aparição de um morto-vivo não causaria mais espanto que a chegada de Rick. Ela não assimila bem e somos cúmplices de seu incômodo.

Merle, um ex-presidiário mau caráter fora deixado algemado no prédio. Não propositadamente. Seu irmão Daryl o esperava no acampamento. Todos incomodados com a situação. Uma decisão irracional é tomada. Voltar para buscá-lo. Não haveria pessoa pior para se arriscar a vida. Esse é o argumento que é refutado por aqueles que se dispuseram,

Quatro homens voltam para o terror da cidade. Com eles apenas quatro balas. Ironia cruel para um suicídio como alternativa.

Episódio quase ausente de zumbis. Cheguei a sentir falta dos walking deads.

Sede de Sangue – Thirst – Bakjwi (2009)

Sang-hyeon é um padre católico sul coreano. Vive uma rotina de dedicação à Igreja. Pratica o sacramento da extrema-unção aliviando os enfermos e fortalecendo suas almas. É altruísta a ponto de participar de uma experiência científica na tentativa de se achar uma vacina para um vírus letal. O padre reage mal e necessita de uma transfusão sanguínea. Sua vida muda.

O simpático padre é agora um vampiro. Para evitar que sua doença se alastre, precisa de sangue. Mas não é só sangue que o padre deseja. Ele quer sexo. Desenvolve uma doentia paixão. Sua amada o leva a quebrar o celibato e infringir princípios morais.

A beleza do filme está na insegurança do seu protagonista. Suas convicções são destruídas por seus instintos e ele sofre por isso. Não há como parar. O desejo é maior. E vemos isso através de intensas cenas de sexo. Tudo dentro de uma história de amor.

Chan-wook Park (diretor de OldBoy) não gosta do convencional. Também não tem medo de chocar. Escolha melhor não haveria para a composição de um filme sobre vampiros. Quisera Sang-hyeon ser um vampiro de Crepúsculo. Ele poderia até ser casto, celebrar missas. Mas o vampiro de Park é sedento. Por sangue e por luxúria, movido pelo desejo. Assim como Drácula.

A Trilha – A Perfect Getaway (2009)

Thriller de ação hollywoodiano. Não é preconceito meu. A Trilha não convence.

Casal em lua-de-mel , Cliff e Cydney(Steve Zahn e Milla Jovovich), escolhe as belas praias do Havaí para eternizar seus primeiros dias juntos. O problema é que surgem notícias de um casal de assassinos nas proximidades. Nick e Gina, novo casal de amigos, são os principais suspeitos.

Como fugir de um potencial casal assassino? Esse é o dilema de Cliff e Cydney. Fatos estranhos começam a acontecer.

O objetivo é surpreender o espectador. O roteiro, porém, é péssimo. Tão ruim que necessita de um longo flashback para explicá-lo.

Reviravoltas no roteiro são para poucos. O diretor-roteirista David Twohy não se dá conta disso e poderia se contentar com ficções científicas cheias de ação como Eclipse Mortal e A Batalha de de Riddick (da sua filmografia).

Pode-se classificar A Trilha como um filme hitchcockiano muito mal sucedido. O final incoerente (principalmente pela atitude da polícia) faz do filme quase uma perda de tempo. O que resta é a beleza de Milla Jovovich (nem tão bela assim dessa vez) e das praias paradisíacas.