sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Caminho das Pedras (2011)



Primeiro filme da mostra competitiva do Festcine Goiânia. Na platéia estava Samara Felippo, protagonista do filme, ao lado daquelas pessoas que sempre vejo nos festivais de cinema mas com quem nunca conversei. O diretor, Lázaro Ribeiro, chamado ao palco demonstrava pela insegurança da sua voz que aquele era um momento único e marcante em sua vida. O curta é sobre a poetisa que eternizou a Cidade de Goiás.

Ana Lins dos Guimarães Peixoto. Esse é o nome de batismo de Cora Coralina. Sou fascinado por consoantes repetidas em um nome. Talvez pela genialidade de Nabokov ao conceber Lolita. Recurso também usado pela poetisa quando fala “presença primeira do meu primeiro verso”. Fato é que consoantes repetidas me fazem pensar em personalidades fortes. Assim é Cora Coralina.

O filme fala de Ana e não de Cora. O pseudônimo foi assumido aos 50 anos (momento em que descreve como a “perda do medo”). Medo pelo impacto da ausência da proteção de um pai, medo por se sentir condenável em razão de suas atitudes. Medo seguido de ansiedade. Medo das “más línguas de Goiás” pelas quais nada passa despercebido, segundo sua mãe.

O curta de Lázaro Ribeiro tem uma virtude que poucos filmes de época têm. Mesmo com uma ótima caracterização de cenário, figurino e comportamentos, o que importa é a protagonista e seus sentimentos. As palavras de Cora recheiam o filme. Uma mulher à procura do seu destino. Cores, imagens e olhares belos.

O filme termina com a imagem das pedras de Goiás. Pedras em que caminham os pés de Cora. A belíssima musicalização final de sua poesia em uma voz parecida com a da cantora Tetê Espíndola diz “Longe do Rio Vermelho, fora da Serra Dourada, distante dessa cidade, eu não sou nada, minha gente”. Sentir que pisei nas pedras testemunhas dos acontecimentos do filme é uma sensação indescritível.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

The Walking Dead S02E04 - Cherokee Rose (2011)

Episódio bem interessante. Mesmo sem tantos zumbis por perto.

Apenas um zumbi gordo e nojento. Preso em um poço, morre ao tentar ser regatado pelos humanos que querem eliminá-lo. Acaba acidentalmente partindo-se em dois, espalhando suas tripas pelo quintal. Apesar de a caracterização específica desse zumbi ser bem interessante, sua presença se perde em um episódio rico em acontecimentos.

Fala da lenda da rosa cherokee. As lágrimas das mães índias cherokees geradas pelo extermínio de seus filhos regaram e floresceram essa bela rosa que é símbolo de esperança. Quem conta a história é o independente Daryl que não se cansa em procurar Sophia. É sua maneira de amenizar a ausência do irmão Merle. A rosa cherokee achada por Daryl é para ele sinal de que Sophia está próxima.

Shane perde importáncia na trama. O assassinato de Otis o deixou perturbado. É uma pessoa embriagada pela culpa, nem parece aquele protagonista das ações do início do seriado. O final revela a gravidez de Lori. Promessa de um próximo episódio com Shane ainda mais atormentado.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

The Walking Dead – S02E03 – Save the Last One (2011)


Episódio mais movimentado que o anterior. Já era esperada a fuga de Shane e Otis do colégio repleto de zumbis. Enquanto isso o drama continua no casarão da fazenda de Herchel.

A amargura de Laurie é síntese da desesperança. Abdicar de seu filho, uma hipótese plausível . Contraste com o delírio de Carl: uma imagem de beleza própria dos momentos felizes da infância.

Revelador e paradoxal é o comportamento de Shane. Um assassinato na luta pela sobrevivência. Situação gerada a partir de sua decisão em salvar a vida de uma criança. Vai carregar esse peso durante toda a série. Talvez esse fato torne The Walking Dead menos enfadonho quando estamos sem a presença dos zumbis.