
Francis Ford Copolla ficou dez anos sem filmar. Parecia que suas idéias haviam acabado. Atitude digna de um diretor que mostra não ser um mercenário. Famoso por se dedicar à produção e direção de seus filmes, Coppola leva a fama de um diretor intenso. Apocalipse Now foi um marco em sua carreira e fez o cinema fazer uma auto-reflexão sobre as conseqüências de uma arte vivida intensamente, física e psicologicamente dilaceradora. Copolla deixou de lado a direção. Os últimos anos serviram de deleite para o pai que viu sua filha, Sofia, se tornar uma grande diretora.
Youth Without Youth fala da vida de um professor universitário que estuda e busca entender as origens da fala e da comunicação humana. Um raio o atinge. O professor acorda rejuvenescido e com suas capacidades mentais amplificadas. A explicação seria uma mutação por eletrocução. O professor passa a se tornar objeto de estudo da ciência. Sofrendo de uma espécie de hipermnésia, é atormentado por um amor antigo e por sua própria consciência.
Falar mais sobre o filme seria injusto com quem irá vê-lo. A impressão que me ficou é a de que Coppola está tentando mudar seu jeito de filmar. Seus filmes já não são mais obras de arte. Ele parece assumir uma nova onda de diretores que se inspiram em David Lynch (filmes cheios de mistério em um clima de sonho). O problema de Coppola é tentar explicar o filme demais. Disso ele não precisava assim como não precisa explicar à crítica especializada o porquê da mudança tão radical da sua técnica cinematográfica.