
Antes de falar sobre o filme preciso comentar um pouco sobre seu diretor. O japonês Takashi Miike é uma pessoa impossível de se imaginar antes de sua existência. Incrível é verificar que em 15 anos de carreira já concluiu mais de 70 filmes. Uma produção frenética assim como é a elaboração de seus filmes. A palavra que mais se encaixa em seu perfil é versatilidade. Dois temas são preferidos pelo diretor: yakuza e terror. Mas mesmo nessas duas linhas de cinema tão recorrentes no Japão, Miike filma com a coragem que ninguém mostrou até hoje. O que marca seus filmes é o impacto visual. Difícil ficar indiferente à obra de Miike. Vale lembrar que o diretor já passeou pelo drama, musical, épico, mangá, western(!!??) e tem até um filme com trechos em um bairro brasileiro com diálogos em português e uma rinha de galos feita em computação gráfica.
The Bird People in China fala sobre um funcionário japonês (Mr. Wada) que é convocado por sua empresa a ir para o interior da China em busca de pedras de jade (pedra ornamental típica da China). Junto com ele vai um yakuza (Mr. Shen)que tem ligações com sua empresa e aguarda as pedras como pagamento de uma dívida. Mal sabem que o que os aguarda é uma jornada de autoconhecimento pelo coração da província de Yun Nan na China.
O humor de Takashi Miike é diferenciado e ocasionalmente lembra seu conterrâneo mais famoso Takeshi Kitano com personagens desajeitados com flutuações de humor e supostos vilões carismáticos.
Cada personagem vivencia uma diferente sensação. Todas elas relacionadas com a mudança de seus cotidianos. Tanto os visitantes japoneses como os locais chineses são afetados por uma nova realidade vivenciada a partir de experiências não usuais que se contadas aqui estragariam toda a ação que reserva o inusitado do filme.
Em tempos em que o karoshi (morte por sobrecarga de trabalho) é um problema nacional japonês, nada melhor que um diretor tão produtivo como Takashi Miike para nos trazer um filme que fala muito de escapismo.
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