sábado, 16 de fevereiro de 2008

No Limite das Emoções - Ricordati Di Me (2003)



Filme italiano de Gabriele Muccino que dirigiu “À Procura de Felicidade”. Will Smith o procurou depois de conferir suas produções (inclusive esta do post) nos últimos anos. O resultado foi um filme que tinha tudo para ser piegas, ou é, mas que é emocionante.

“No Limite das Emoções” é bem diferente de “À Procura da Felicidade”. Nem parecem filmes do mesmo realizador. A produção italiana foca no cotidiano de uma família italiana de classe média. O pai de família Carlo (Fabrizio Bentivoglio) está cansado. A vida de casado já é um tédio. O encontro com uma ex-namorada (Mônica Bellucci) desperta e renova a ponto de arriscar o casamento e sua estrutura familiar. A esposa (Laura Morante) quer voltar a ser atriz. É insegura em tudo que faz. Já não tem o afeto do marido, nem o respeito dos filhos. Fragilizada, é vulnerável à opinião e atitude alheia. A filha (Nicoletta Romanoff) é a mais determinada. Seus alvos são fama, dinheiro e glamour. Para ela, uma coisa leva a outra. Sabe do potencial de sua beleza e de seu corpo e não hesita em usá-lo. O filho (Silvio Muccino) é um adolescente apaixonado. Quem não teve uma paixão na adolescência? A do rapaz é a não correspondida. A qual a moça, motivo de seus sonhos, tem consciência do fato e pouco se importa. A indiferença o faz sofrer. E, fora do núcleo familiar, Alessia (Monica Bellucci). Também casada e abalada desde o encontro com Carlo. Tentada a trocar o seguro pelo incerto. Carlo a faz sentir jovem e amada.

Laços familiares. Cinco pessoas com personalidades distintas. Distinção pelo distanciamento. Incomunicabilidade. Os diálogos são frenéticos assim como o ritmo de suas vidas. A família não é mais o ponto de apoio. E o que resta é a individualidade e a procura cega por correspondência afetiva.

Os atores seguram o filme para que o mesmo não vire uma telenovela. Perigo que o diretor corre por flertar quase o tempo todo com esse gênero.


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