
“O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos (...)” Marguerite Yourcenar
A frase é citada pela juíza (interpretada por Cássia Kiss) em um cartão de natal a João Guilherme Estrella. Ela apostou tudo em sua regeneração e conseguiu. Os dizeres do cartão remetem a um resgate de valores do condenado em que a juíza acredita. As primeiras pátrias da escritora belga da citação foram os livros e em menor escala, a escola. A juíza deixa para João Estrella pensar sobre suas primeiras pátrias e avaliar o resultado da falta de limites em sua vida. Hoje João Estrella é produtor musical e pessoa cheia de histórias para contar.
Selton Mello é João Estrella, garoto típico da zona sul do Rio. Tem tudo. Inclusive a tolerância dos pais que são da geração em que a liberdade é fundamental para a construção do ser humano. João se aproveita disso. Seu carisma o torna querido. A cocaína, que tanto gosta, passa a lhe trazer dinheiro. Prazer e dinheiro passam a reger uma vida de luxo. Uma aventura sem conseqüências até o momento em que é preso por tráfico de drogas.
Preferi o filme ao livro. É divertido e com uma edição inteligente. Foge do banal. Nunca imaginaria Selton Mello na pele de João Estrella. Sempre pensei que escolheriam um carioca “marrento” para o papel. A escolha de Selton foi arriscada e muito feliz. O filme é um acerto na produção nacional.
Detalhe: vi o filme há um mês e até agora estou rindo da cena em que o preso “pilhado” na cadeia arruma confusão com os africanos!
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